quarta-feira, 20 de abril de 2016


Mara Mac Dowell: 'A moda não tem idade, é uma essência'

Carioca de coração, a estilista gaúcha fala sobre a carreira e a vida

Brava e persistente, leve e alegre. Mara Mac Dowell, um dos principais nomes da moda brasileira, não descarta seu lado gaúcho mais severo, mas garante que a leveza e a felicidade de lidar com a vida são influências do jeito de ser carioca. Nascida em Santana do Livramento, Rio Grande do Sul, Mara veio para o Rio com os pais aos 7 anos. Impossível saber quanto tempo faz. Ela nunca revela a idade. Às vezes tem 30, em outras ocasiões, 70... Assim como suas roupas, Mara é atemporal.

Você só trabalhou com moda após se formar em Jornalismo. Já era um interesse?
Nem tanto. O interesse era pelo jornalismo. Depois é que acendeu a centelha. Eu gostava de cores, estética, mesmo no jornalismo. Isso é DNA meu. Permaneceu em mim até eu ter a oportunidade de trabalhar com moda. Comecei na Mesbla. Foi um longo caminho.
São mais de 50 anos desde a Mariazinha, uma das primeiras butiques do bairro. Em 2001, a razão social mudou para Mara Mac, mas a essência permaneceu. Como consegue se renovar?
Viajando, vendo, lendo e me informando. Tudo. É o tipo do negócio. Tem que se informar.
Muitas marcas não sobreviveram...
Aí é problema delas (risos). Eu trabalho muito. Amo o meu trabalho. Tem que gostar muito para sobreviver. E não tenho idade; tenho a idade que pareço. Acho que a moda também não tem idade, é uma essência. A mulher que veste a minha moda tem atitude. Pode ter 70 ou 30, não tem problema. A minha moda é atemporal.
A mulher brasileira gosta de estampa. Você considera sua moda mais sóbria?
Já foi, sim, no início, entre os anos 70 e 80. Hoje não mais. Foi importante a entrada da estampa, principalmente porque o Rio é caliente. Minha moda sempre tem arquitetura, geometria... me inspiro muito na arte. Durante muito tempo meus desfiles tinham temas artísticos, mas agora parei um pouco. É preciso renovar.
A moda também pode estar ligada à política?
O aspecto político muda hábitos de consumo, gera novos medos. Isso se reflete na moda. Na hora de lançar uma coleção, de fazer vitrines, de controlar itens de venda. Artistas expressam o momento político em suas obras. A moda acompanha novos comportamentos.
Como está o cenário da moda hoje?
De espera, mas há esperança.

A nova coleção chama-se “Fragmentos”. De quê?
São fragmentos de vida, de outras coleções, de memória. Há estampas de fragmentos. O tema da coleção é expressado em estampas. São umas cinco ou seis e tecidos livres. Seda, linho, veludo. Nos acessórios, há saltos e bolsas geométricos, bicolores, mochilas, carteiras. Tem também tilápia, píton, pirarucu, peixes exóticos...
Fez algo para as Olimpíadas?
Uma pequena coleção, já que sempre acompanho os movimentos. Características olímpicas, com detalhes de zíper, náilon, cores... É o esporte cada vez mais na moda.
E o verão 2017, como será?
Está quase pronto. O tema é Oceano. Saiu de uma frase de Drummond. “No mar estava escrita uma cidade”. Tem sempre uma pitada de arte. As estampas têm a ver com mar, cordas, velas, redes, tudo deste universo.


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